sexta-feira, 17 de junho de 2011

Parâmetros

              Sempre fui um defensor da manifestação popular no uso da linguagem. Entendo até, que a lingua enquanto manifestação deve sofrer várias influências para que possa cada vez mais expressar o que se pretende dizer. No entanto, acho bastante temeroso que ensinemos em escolas que falar  em desacordo com  a gramática é correto. Mas, que se o fizermos podemos sofrer preconceito lingüistico.  A gramática, em que pese ser um regramento muitas vezes mal compreendido, é a base do ensino de qualquer linguagem.  Ela estabelece as regras para a compreensão das palavras e o sentido que elas possuem. Não havendo regras, falamos e escrevemos qualquer coisa e corremos o risco de não sermos entendidos, já que qualquer um fará a sua regra. Esta é a situação prática. No entanto, o que mais me assusta é que passemos a nossas crianças a idéia de que as regras podem ser burladas ou modificadas a nosso bel prazer. Como vamos ser um pais sério, onde as leis sejam cumpridas, acordos sirvam a finalidade para qual foram criados, se simplesmente desconhecemos a mais simples das regras? Falar e escrever tem regras sim. Elas podem ser modificadas, mas enquanto não forem valem como estão. As vezes chego a pensar que o que está em curso é um abominável nivelamento das coisas "por baixo". Morar em favela, em condições deploráveis, é bom e deve inclusíve ser mostrado aos turistas, falar errado também: afinal é mera manifestação popular, os politicos roubarem e serem reeleitos, apenas descuidos de pessoas "honradas". Entre tanto outros. Não chegaremos a lugar nenhum do jeito que as coisas vão.   Continuaremos a ser o eterno país do futuro, futuro que talvez nem cheguemos a ver tal a desorganização em que nos encontraremos.