sábado, 29 de janeiro de 2011

Médicos

        Fui cliente de uma endocrinologista mais de três anos. Em nenhum momento tive o prazer de ser atendido no horário que ela mesmo definia. Tentanto buscar uma solução enviei e-mail ao Conselho Regional de Medicina, através do site perguntando qual era  a posição do Conselho a respeito de médicos que não atendiam no horário. A resposta foi que o assunto não era abordado pelo Conselho e que tratando-se de relação com o consumidor eu deveria procurar o PROCON. Sentindo-me desamparado e porque não dizer vitima de deboche troquei de médico. O caso real citado apenas ilustra uma situação de um paciente de Convênio, no caso, UNIMED. Questiono-me apenas o que não fazem os senhores médicos onde as pessoas devam ser atendidas de forma gratuita. Este desrespeito é fruto de duas situações: a primeira é a ganância, vários médicos atendem em vários locais,sempre com a desculpa que os salários são baixos, o que é mentira pois a jornada é reduzida, o que por si só aumenta o salário em relação aos outros trabalhadores, como também permite que tenham três ou quatro empregos. A outra situação é que infelizmente os médicos são colocados em uma posição supostamente superior e portanto podem dispor do tempo de seus pacientes do jeito que bem entendem. Assim, me parece bastante justo que o prefeito de Porto Alegre queira moralizar o atendimento cobrando horários de suas "excelências".

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Idolos

             Chama a atenção no Brasil a quantidade de pessoas que são elevadas a qualidade de ídolos. Os mais notórios são os jogadores de futebol. A mídia lhes dá espaço como se fossem verdadeiros bastiões de retidão de comportamento, honra e até honestidade. Não interessa o que façam sempre terão espaço e alguém virá em sua defesa. Exemplos são muitos, Ronaldinho Fenônemo, Wagner Love, não por acaso jogadores do Flamengo, e o mais assustador: Bruno. Muitos dirão que estas pessoas por terem vindo de classes mais baixas são exemplo por estarem onde estão. Realmente isto é verdadeiro. Agora que por isso eles possam tornar-se exemplo para alguém ou para um país vai um pouco longe.  Muitas pessoas que vieram de baixo são muito mais retas em seu comportamento e nem por isso são apresentadas como merecedoras de tantos cuidados. A questão aqui é de valores a serem defendidos. Praticamente nenhum desses rapazes usa o futebol para crescerem como pessoas, ou cidadãos. Qual deles estuda e após o futebol tem outra profissão? Poucos. A moda é criar institutos para formação de mais jogadores que seguirão o mesmo caminho. Serão usados até que não possam mais jogar.  Estes exemplos criam a fantasia em muitos pais que ao contrário de estarem preocupados se os filhos estudam, gastam o que não tem para que os filhos sendo jogadores de sucesso os sustentem depois. Vale também para as meninas não questão de ser modelo.  
              

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Linguagem eletrônica

             Não encontrei título melhor. Mas pretendo comentar a linguagem utilizada nas mensagens eletrônicas, sejam elas através de e-mails, telefones celulares, ou outro meio. Para muitos assassinamos a língua portuguesa. Talvez tenhamos feito isso mesmo. Mas entendo que estas expressões que para muitos soam como absurdos ajudam a fazer com que a linguagem escrita evolua. A evolução aqui deve-se ser vista como a adaptação da linguagem escrita àquilo que efetivamente se fala. Não sendo assim corremos o risco de escrevermos uma coisa, querendo dizer outra e nosso interlocutor entender algo diferente. Dito isto, entendo que gastamos muito tempo criticando o uso dessa linguagem "eletrônica" mas esquecemos que o português no Brasil é invadido por expressões estrangeiras, especialmente inglesas, que aqui sim, são realmente perniciosas. Esta expressões acabam por diminuir o crescimento da lingua falada como expressão de pensamento e criação. Deixamos de criar, usar e procurar expressões no português pois é mais fácil usá-las em inglês. O mais triste disso é que quem as utiliza de forma geral não sabe pronuncia-las , pois falam português e não inglês,  e muito menos imaginam o seu significado.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Justiça

                        Todos sabem, e não é necessário que sejamos especialistas em direito, basta que necessitemos da justiça para saber que algo está errado. Até acho que muitas vezes os especialistas complicam demais as coisas. É normal, afinal o mercado deve ser preservado. Não estou falando em acabar com os operadores do direito pois me incluo entre eles. Apenas sugiro um olhar mais simplificado a pequenas coisas. Pelo inicio: o que sentimos falta na prestação jurisdicional? Como cidadão: rapidez e coerência. Sabemos que a decisão de qualquer juiz não fará a todos felizes. Portanto os que forem “perdedores” alegarão ser o juiz “incoerente”. Mas a coerência que devemos ter aqui é aquela que situações iguais devam ser decididas da mesma forma. Não vale a máxima de que cada caso é um caso, pois nas várias ações geradas por clientes da antiga CRT, contra a Brasil Telecom, que havia adquirido a estatal, a decisão deveria ser única, nem discuto o fato se a relação era de consumo ou uma ação relativa a sociedade comercial. Várias sentenças foram divergentes, ora em um sentido ora em outro.
                        Não me aprofundarei no desenrolar do caso citado pois não é este foco. Mas gostemos ou não a sensação que fica ao cidadão comum, aquele lá do inicio, é que ou a justiça não é séria ou é incoerente. Milhares de ações foram geradas, simplesmente porque não possuímos o instituto da decisão judicial que deva ser aplicada para todos os casos envolvendo em um dos pólos da relação o mesmo sujeito e o objeto seja igual. Já existe projeto a respeito, mas está parado no Congresso. Vou um pouco mais longe: uma vez julgado o assunto que poderia ser por um tribunal de segunda instância, o pólo passivo deveria acatá-la e mais: informar ao tribunal quantas pessoas tinham sido atendidas e quantas ainda faltavam ser. Na realidade, o maior “prejudicado” seria o governo pois já pensaram quantas ações contra o INSS, por não aplicação de índices, por exemplo, seriam poupadas? Talvez por isso mesmo não haja tanto interesse assim.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Teresópolis

             O que ocorre hoje em Teresópolis ilustra tudo o que tenho dito a respeito do pais e de quão perniciosa foi a Constituição de 89 quanto aos direitos indviduais. Por acaso as pessoas que constroem em encostas de morros que normalmente desabam tem algum direito? Estas pessoas correram um risco e gostemos ou não pagaram bastante caro. A Prefeitura tentou retirá-los e muitos entraram com ações e ganharam o direito de permanecer. Talvez agora o juiz que concedeu devesse ser chamado para indenizá-las. Isto é o que mais me revolta: as pessoas assumem e correm os riscos e ainda recorrem a justiça. E pior a justiça entende que eles tem razão. Provavelmente os parentes das vitimas irão acionar o estado por uma indenização e essa mesma justiça vai mandar  o estado pagar. Afinal devia tê-los tirado antes da tragédia. Sejamos ao menos coerentes e menos hipócritas.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Antibióticos

  Mais uma daquelas deste pais onde acreditam que fazendo a lei os problemas estão resolvidos e o problema segue para baixo do tapete. Obrigar a termos uma receita para a aquisição de antibióticos justificando que estamos diminuindo o risco de produzirmos bactérias mais fortes e evitando a automedicação soa, no minimo, como deboche. O cuidado deve começar como sempre pela educação, por um investimento em melhoria das condições de vida, e um sistema de saúde mais eficiente. Ok, isto no Brasil é sonho, e demora mais. Fala-se muito na automedicação e que os remédios são de fácil acesso. Neste aspecto acho que os médicos tem uma parcela de culpa. Algum médico, quando receita um medicamento pergunta se as pessoas tem alergia, doença pré-existente, ou outra coisa qualquer? Na maioria dos casos: não. A pessoa demora bastante para conseguir uma consulta, chega ao médico e tem a impressão que tomar qualquer remédio "não dá nada",  assim dá próxima vez vai a farmácia e resolve rapidamente o problema. Fechou-se o ciclo.